sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Plano de aula, sim!

Por muito tempo, as alunas de qualquer bom curso de magistério do nosso país aprendiam a fazer planejamentos... Das didáticas e das metodologias vinham muitas maneiras de se formatar uma aula para os alunos... Fazer o dito plano era quase um ritual: objetivos, procedimentos, recursos, motivação, avaliação. Eram planos detalhados.




O tempo foi passando,muitas teorias surgiram, a educação ganhou muito com as descobertas de diversas áreas, mas,como em qualquer processo, também ocorreram perdas. Uma delas se chama Plano de Aula. Pode-se dizer que uma geração de professores brigou com este instrumento. Talvez pela pressacom que as aulas começaram a ser pensadas e consumidas pelos próprios alunos, talvez pela vaidade coletiva dos muitos mestres que se achavam mestres demais e passaram a despensar roteiros. Ou talvez, ainda,pelo descompromisso com a própria profissão em que alguns de nós se deixaram deslizar voluntariamente...



Plano de Aula bem feito revela ao próprio professor o que ele precisa ensinar. Outra vantagem: descarta os improvisos descabidos(não aquelas improvisações muito bem-vindas e que enchem qualquer aula de risos e descontração). Uma aula bem planejada também impede a desorganização e, principalmente, oferece segurança tanto para quem ensina como para quem aprende.



O Plano de Aula é como um contrato de trabalho entre o professor e o aluno; é o professor dizendo a cada dia: É isso que vamos fazer hoje!



Quando um professor pensa, em sua mesa de trabalho, sobre o que vai propor aos seus alunos, esse momento é, no mínimo, digno de muito respeito. É nessa hora que o docente tem tempo de preparar o melhor de sua criatividade, experiência e estudo em prol dos alunos. Delineia os objetivos que quer alcançar, prevê situações e avalia se o conteúdo e a proposta de trabalho a ser feita estão adequados. O foco é o Aluno.



Um bom docente só almeja uma coisa: que o Aluno aprenda! Fazer uma previsão do que se vai trabalhar no mês é como fazer uma agenda de compromisso com a turma. Tem a ver com a concepção do uso do tempo na escola. Professor e aluno estão na escola para trabalhar com conhecimento e,para isso, planejamento é fundamental...



É realmente preciso fazer as pazes com o Plano de Aula. A ideia de planejar precisa estar sempre presente. E não adianta persarmos ingenuamente que todos os alunos vão aprender ou, pelo menos gostar das aulas planejadas. É por isso que há várias formas de se fazer entender algo: pela música, pelos números, pelas palavras, pelo desenho, etc. Mas sempre, sem a menor sombra de dúvida, pelo afeto e pela dedicação ao trabalho que o professor se proponha realizar.



Para planejar uma aula é bom ter em mente aquilo que é essencial que o aluno aprenda naquela aula e, necessário também, recordar qual é o seu compromisso pessoal com o ensino. Num livro da Pedagogia Logosófica, encontramos que para ensinar há que ser um bom estrategista, e que a paciência, como virtude, há de ser ativa e consciente. Para dotar a paciência de tais qualidades, é preciso estabelecer uma ordem no domínio das realizações, porque a elaboração de um Plano há de preceder a condução paciente e inteligente do esforço que deve intervir em sua execução. Essa paciência há de acompanhar o ser até o resultado final, por ser a energia que sustém o esforço até sua feliz culminação...





*Marise Alencar/ Pedagoga.

Revista do professor, Porto Alegre, julho/setembro. 2006



Postado por Rosy Jardim - 20 de Janeiro de 2010.